quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

CINEMA: CLOVERFIELD: MONSTRO


Por Flávio Dias

Durante uma festa surpresa promovida pelos amigos para a despedida de Rob, que está de partida para o Japão, as luzes se apagam e ouvi-se um grande estouro. Todos vão para o terraço e vêem uma grande explosão e um grunhido estrondoso. Os fogos vão em direção a eles e todos correm para a rua, sem saber do que se trata. Este é o ponto inicial de “Cloverfield: Monstro”. Muita correria e uma câmera amadora registrando todos os fatos deste terrível dia.

Sucesso na internet com trailers pipocando nos sites do youtube e da produtora Paramount Pictures, antes mesmo da estréia nos cinemas, o filme é puro entretenimento, mas muitos críticos estão comparando a “Tubarão” (1975) de Steven Spielberg, pelo sentimento de impotência, ainda mais por conta dos atentados de 11 de setembro. O monstro do título em português é o que menos importa nesta ficção de terror dirigido por Matt Reeves e produzido por J. J. Abrams (das séries “Lost” e “Alias”, dos filmes “Missão: Impossível 3” e o novo “Star Trek” que chega este ano nos cinemas). O que importa são as pessoas no meio da destruição causada pelo monstro. O filme inteiro é em primeira pessoa, ou seja, fica a sensação que é você quem está vivendo aquela situação. Embora isso possa ser irritante para muitos por conta da câmera nervosa, mas não interfere no conteúdo do longa. Aliás, é este diferencial que marca o filme. Destruição, explosões, gritos, situações surreal são os elementos complementares do filme. Como toda ficção, para dar mais brilho, digamos, sempre tem algum fato superfantástico. A cena do prédio apoiado em outro e o namorado entra no prédio torto para salvar a amada, é o fato mais surreal da trama. Os efeitos são de primeira, a direção é altamente segura e a produção de 30 milhões de dólares, faz do longa de 85 minutos, com a bateria da câmera amadora ligada o tempo todo, faz valer a pena o ingresso.

O MONSTRO

Ele está no título em português e é o astro primordial a “Cloverfield: Monstro”. Mas é ele quem aparece menos na trama. Pequenas doses são mostrados durante o filme. Só há um close bem de perto, conseguindo captar melhor o monstrengo. Mas não é suficiente para olhos desatentos. Percebendo aos poucos, você vê rabo, pernas de trás pequenas e braços parecidos com as de um gorila. A boca grande, dentes tipo garras enormes, olhos pequenos, bolhas na cabeça, complementam o bichão. Não é parecido com nenhum outro ser estranho que o cinema já produziu. Mas você se pergunta: dá onde vem este mostrengo enorme? Será que é um alien? Um mutante modificado geneticamente por humanos? Será que veio da poluição dos rios e mares como no filme coreano “O Hospedeiro”? O filme não dá pistas e nem faz referências maiores sobre o monstro. Fica em segundo plano o seu surgimento. Tudo para prevalecer à história do filme, que é retratar o desastre na maior cidade do mundo e o caos estarrecedor em Nova York. Nada é por acaso neste filme. Tudo está lá para sua diversão. Aliás, a aparência do monstrengo virou hit na internet. Os internautas querem saber de perto como é o monstro de todos os ângulos. A seqüência do longa está sendo negociado com a Paramount Pictures. Com esse sucesso na internet e nas telonas, provavelmente em 2010 o monstro estará de volta para assustar Nova York mais uma vez.

NOVA YORK EM DESTRUÍÇÃO

Muitos filmes de Hollywood gostam de destruir Nova York. A cidade já foi palco de destruição pela natureza, por meteoros, ataques terroristas, epidemias, aliens e monstros. Nova York é a maior cidade do mundo e tem uma grande população e popularidade e é por causa disso que é o cenário ideal para promover o caos, ainda mais depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.

A grande metrópole foi invadida por aliens em “Independence Day”, sendo massacrada; viu a natureza congelar a cidade em “O Dia Depois de Amanhã” e no futuro em “A.I.: Inteligência Artificial”. Presenciou meteoros caindo do céu em “Armaggedon” e sendo invadida pela água em “Impacto Profundo”. Também foi devastada por uma epidemia em “Eu Sou a Lenda”, por monstros como “King Kong”, “Godzilla” e “Cloverfield: Monstro” arrasando a cidade inteira. Além dos ataques terroristas na realidade, também encontrou o terrorismo em “Nova York Sitiada”, “O Pacificador” e “As Torres Gêmeas”. Todos esses filmes mostram símbolos da cidade como o Impere State, as Torres Gêmeas, museus, bibliotecas, prédios grandiosos sendo destruídos, como o do FBI, Central Park, as pontes de Manhattan e do Brooklyn, metrôs, túneis e uma série de pontos turísticos e de grande movimentação populacional e de ligação da cidade. Se você é cineasta e quer ver uma cidade completamente mergulhada no caos e destruída, Nova York é a mais alta recomendada. Que diga Roland Emmerich, Steven Spielberg, Michael Bay, Mimi Leder, Francis Lawrence, Peter Jackson, Oliver Stone e demais diretores que já tiveram o “prazer” de destruir Nova York.


CLOVERFIELD: MONSTRO
Título Original: Cloverfield
Direção: Matt Reeves
Elenco: Lizzy Caplan, Jessica Lucas, T.J. Miller, Michael Stahl-David, Blake Lively, Mike Vogel, Odette Yustman, Anjul Nigam, Margot Farley, Theo Rossi, Brian Klugman, Kelvin Yu, Liza Lapira, Lili Mirojnick, Ben Feldman
País: EUA
Gênero: Ficção / Terror
Duração: 85 minutos
Ano de Produção: 2008
Produção: Paramount Pictures e Bad Robot
Distribuição: Paramount Pictures

Um comentário:

Unknown disse...

Bem, apesar de não ter visto esse filme na Telona e sim na Telinha, já considero como um dos favoritos para o Framboesa 2008.
A Imagem tremula, pois o filme, praticamente é filmado por um dos personagens em movimento, a criatura ridicula, é uma mistura de tudo quanto é monstro
Eu pensei que assistiria uma obra do nivel de LOST, mas realente o filme não me agradou e nenhum personagem tem carisma, e o final.....